Nos últimos oito anos, o Norte tem perdido ainda mais a capacidade reivindicativa e até já encara estas profundas injustiças como se fossem algo de natural. E não será alheio a este facto o Porto ter uma liderança fraquissima, incompetente e passiva, como nunca houve memória: posições fracas, oscilantes, sem determinação ou peso político. Desta forma, não há ninguém que comande ou seja a voz de um povo que tem sido tão sacrificado e esquecido. Talvez seja a altura de deixarmos a alucinação da bola de lado e preocuparmo-nos com a nossa sobrevivência e o futuro dos nossos descendentes.
Se não temos um líder ou movimento eleito que o faça, é fundamental que sejam todas as regiões a chamar a si esta responsabilidade e preparar a autonomia administrativa, a instituir a descentralização, a pressionar o Governo Central a repartir os fundos europeus de forma simétrica e a abster-se de engordar o poder do Estado pelas regiões. É necessário ainda promover a participação dos cidadãos nas decisões governativas e a democracia participativa, dependendo menos dos políticos e das agendas ideológicas ou corporativas. Portugal é um país incrível e maravilhoso. Merece ser valorizado em todas as suas terras e potenciando a enorme qualidade das suas diferenças.
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