Ronaldo ou Messi – o desafio final

Há quinze anos que uma questão apaixona o mundo inteiro: quem é melhor, Cristiano Ronaldo ou Lionel Messi? Durante os próximos minutos vou provar que a questão não ficou encerrada com o ultimo Mundial.

No início da carreira de Cristiano Ronaldo, ninguém poderia adivinhar aquilo em que se tornaria. É certo que todos vaticinavam que seria um grande jogador, mas não tinha o físico ou o drible de um Maradona ou Pelé. Alex Ferguson acreditou nele e foi para o Manchester United, um local onde poderia progredir muito. Enquanto isso, Messi chamou logo à atenção dos grandes clubes europeus quando era criança e estreou-se pelo Barcelona com dezasseis anos.

O desenvolvimento do Cristiano no Manchester não foi de um dia para o outro. Pouco a pouco, de dentes cerrados, foi escalando uma montanha e só ele sabia que o propósito era chegar ao cume dos deuses do futebol. Aqui ninguém ainda acreditava, nem os colegas do Manchester United, onde jogava para a equipa, fazia muitas assistencias e poucos golos. Enquanto isso, Messi já dava muito nas vistas, apesar de ser mais novo do que Ronaldo. Além das fintas geniais, típicas de alguém com a estatura baixa e com o centro de gravidade mais próximo do esférico.

O auge dos dois jogadores foi quase simultâneo. Cristiano Ronaldo ganhou o primeiro prémio de melhor do mundo ainda no Manchester United, sendo já um jogador consolidado. Mas reparemos no rapaz frágil e sonhador que saiu do Sporting e observemos o homem que ganhou este primeiro prémio: parecem dois seres humanos completamente diferentes. Espicaçados pela comunicação social e a transferência de Cristiano para o Real Madrid, começava aqui uma rivalidade nunca antes vista. Era uma tempestade perfeita.

O final de carreira tem sido outro aspeto a diferenciar os dois atletas. Seria óbvio que Cristiano Ronaldo começasse a decair mais cedo que Messi, por duas razões essenciais: em primeiro lugar, por ser mais velho e esta é a resposta mais óbvia; no entanto, há uma segunda questão, que está relacionada com o respetivo estilo de jogo, já que o português baseou a sua vantagem na explosão física e é evidente que com a idade já não teve a mesma capacidade de resposta às situações das partidas. Já um Messi menos forte ainda é suficiente para contribuir decisivamente para uma vitória no Mundial.

A conclusão é que só podemos comparar o comparável: dois atletas fenomenais no auge das suas carreiras. Eu tenho um preferido, todos temos. Escolho alguém que é uma inspiração para a humanidade, desde os miúdos nas ruas das nossas cidades até aos confins da Ásia ou África, aquele que começou com pouco mais do que nada, sem a vantagem da intuição ou talento natural, transformando-se e esculpindo-se a si mesmo como uma obra de arte.

Ler o artigo completo no jornal Observador (longo mas vale a pena)

https://observador.pt/opiniao/ronaldo-ou-messi-a-decisao-final/

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