Hoje em dia, ao lermos jornais, ouvirmos notícias e vermos televisão, começamos a sentir medo de pensar livremente ou ir contra a corrente ideológica do poder estabelecido. A verdade é que é demasiado fácil aparecerem juízos de valor com o objetivo de descredibilizar alguém, baseados em distorções desonestas e frases descontextualizadas. Só a simples presunção de culpa é um assassinato público que irá acompanhar aquela pessoa para sempre. Há quem tente escapar a julgamentos públicos, fazendo-se de vítima (de racismo, por exemplo) a vida toda, que não é mais do que uma tentativa de escapar a críticas, através de um assédio direcionado e agressivo.
Antigamente havia censura. Hoje existem “critérios editoriais” – que é uma forma de riscar, com lápis azul, as opiniões de quem pensa de forma diferente. O mainstream da comunicação social escolhe as opiniões e as notícias que servem os interesses próprios. E os seus interesses pertencem a grupos económicos com agendas ideológicas. Ora se defende a liberdade de expressão, quando é alguém do sistema a dizer ou escrever algo contra a Constituição ou o Estado de Direito – ora se impõe restrições e se amordaça quem ousa falar contra esse sistema, carregado de ideologia e preconceitos. Os polígrafos e verificadores de notícias são mais uma arma de propaganda, porém profundamente enganadora. Interpreta a relação entre “factos” e “mentiras” – no entanto, com exceção das realidades numéricas, caracteriza ao seu prazer frases e textos como “verdadeiros” ou “falsos” de acordo com uma interpretação, que muitas vezes é uma questão de semântica ou de pormenor. Se queremos ser livres, terá de haver garantias de independência e isenção. E não desta forma viciada. Caso contrário, a comunicação social será, para sempre, o que é hoje e era antes do 25A – jornais, rádios e televisões ao serviço do sistema.
A nossa forma de vida está a ser atacada por todos os lados. A vida deixou de ser um direito inato, controlada por um Estado que mata (à nascença ou no fim da vida) em vez de curar as causas. A liberdade individual está a ser substituída por uma pretensa liberdade coletiva, que na verdade representa os interesses ideológicos de quem governa e manda. Mas que interesses ideológicos são estes? Quem manda nisto tudo? Quem controla a comunicação social, a educação e a cultura? – A resposta a estas perguntas é muito fácil, tal o uso descarado que fazem do seu poder. Senão, vejamos: dos presidentes dos EUA dos últimos quarenta anos, quais foram os “bons” e os “maus”? Reagan foi ruinoso, Bush pai um incompetente, Bush filho um estúpido autoritário e Trump o pior de sempre; os bons, os estadistas foram o Clinton e o Obama, quase elevados a um altar; o mesmo em outros países, sem terem a noção de como funciona, por exemplo, o sistema governativo brasileiro ou aprofundar os factos, só se ouve dizer como o Bolsonaro é um louco genocida e Lula um preso político. Que livros são publicados e publicitados como geniais? Os que glorificam os temas neo-marxistas e anti-cristãos – Saramago sabia isto melhor que ninguém e os seus “descendentes” vão no mesmo caminho. Que educação é dada nas escolas? O caso paradigmático de dois alunos brilhantes obrigados a recuar no ensino por serem objectores de consciência da ideologia que o Estado impõe. Mas lembro-me que já há trinta anos me ensinaram a cultura do medo na escola, que antes do 25 de Abril havia campos de concentração iguais aos dos nazis e que o colonialismo imperialista português nos devia fazer ter vergonha da nacionalidade.
Concluímos então que vemos e lemos aquilo que eles querem, somos formatados a pensar e ter as opiniões que eles querem e os nossos filhos são educados por eles, por se considerar que os pais não têm esse direito ou competência. Sinceramente, nasci pouco depois do 25 de Abril, mas sei que isto tudo são sintomas claros de uma ditadura autocrática e a democracia é apenas aparente. Em quem devemos confiar? Nuns políticos que fazem parte do sistema e que servem a dita ideologia que manda nisto tudo? Ou nos outros políticos, que dizem ser contra o sistema, mas que na verdade apenas sonham fazer parte da elite? Nada disso. Devemos confiar apenas e só uns nos outros, todos os que queremos a liberdade individual acima de tudo, todos os que acreditamos que a família é o centro da educação dos filhos, todos os que nos enojamos a ver e ouvir a mesma ladainha nos telejornais e nas redes sociais censuradas, todos os que não glorificam o Estado como um deus maior que deve ser venerado e a quem devemos entregar as nossas vidas. Claro que existirão sempre traidores e falsos profetas entre nós, gente que quer poder e gente que tentará implodir a nossa força. Mas nada pode fazer recuar alguém sedento de liberdade e que retém os valores fundamentais da humanidade: o livre arbítrio, a paz e a compaixão, a busca pela evolução, a justiça universal e a independência intelectual.
