Lealdade

Quando digo repetidamente que faltam valores na nossa sociedade, falo também como analista da economia nacional. Já escrevi sobre os problemas corporativos e o preço alto a pagar pela sua exclusão ou desleixo. Mas neste momento quero sublinhar uma palavra que parece arredada do vocabulário português: a lealdade.

A lealdade é uma estrada de dois sentidos, seja na relação entre pessoas, empresas ou pessoas e empresas. A deslealdade gera desconfiança e quebra de vínculos por parte de clientes, fornecedores, funcionários, hierarquias, parcerias ou até o Estado. Há tudo a perder e nada a ganhar. Então porquê insistir no erro?

Um caso nacional recente foi o tratamento da generalidade dos portugueses em relação ao Cristiano Ronaldo. Por inveja, mesquinhez, rivalidade clubística, juízo transviado ou seja qual a razão – resumidamente, falta de valores. Uma personalidade que tem sido a nossa bandeira nos últimos anos, um homem que fez do esforço e resiliência as suas imagens de marca, que deu uma imagem positiva do nosso povo através da sua tenacidade e vontade de ferro. O que aconteceu quando mais precisava sentir o apoio popular e da entidade que representava? Foi fortemente criticado, enxovalhado, humilhado, inferiorizado e castigado na sua última participação na maior competição de futebol. Talvez nunca mais venhamos a ter um profissional como o Cristiano Ronaldo, o melhor do mundo no futebol – ou nem sequer nas artes, política, medicina, ciência ou seja o que for. Mas talvez não mereçamos e a deslealdade provou isso. Fiquemos na eterna pequenez da irrelevância.

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