A pandemia veio agravar a saúde mental de muita gente e há pessoas que estão a viver num contínuo caos, algo se quebrou e partiu a ordem a que estavam habituadas. Vemos cada vez mais comportamentos obsessivo-compulsivos relativamente à higienização, demasiados indivíduos focados no culto exagerado da própria imagem, muitas seitas que manipulam e controlam a vontade dos seguidores, gente com desconfiança patológica relativamente a tudo e outros cegamente dependentes de atos de tirania.

Os casos de psicopatias e distúrbios de personalidade cresceram de forma clara e exponencial. Repare-se que estes problemas não estão ao alcance de técnicos de psicologia, mas terão de ser tratados por médicos especializados. É fundamental que o Estado responda de forma adequada e eficiente. Sabemos que o SNS está como está e que a larga maioria da população se mantém desprotegida relativamente a este problema grave. Mais uma razão para a reforma do sistema de saúde. Os cidadãos pagam impostos e vivem em sociedade porque esperam em retorno a segurança expectável que necessitam para o equilíbrio entre o caos e a ordem. Sem isto, a nossa civilização ficará em perigo. Entre as histerias coletivas e o cepticismo patológico, é preciso que as instituições se responsabilizem por reencontrar a harmonia.