A população atual têm um crescente défice de atenção e concentração, não consegue ter uma linha de pensamento mais complexa ou interpretar um parágrafo inteiro. A maioria das pessoas deixou sequer de tentar e o resto limita-se a repetir frases escolhidas, como robôs. Mas como é que isto foi acontecer, logo agora que temos tecnologias que garantem o acesso de informação ilimitada? Não era esta a solução para a erradicação da ignorância?

A verdade é que a educação está em rápida decadência, as graduações universitárias são o espelho da atual idade das trevas do conhecimento e os gurus de gestão são a simbiose entre a superficialidade e os chavões com a profundidade de um copo de água. Sim, a gestão das empresas portuguesas é péssima. Mas não será essa a desculpa para termos quadros médios com competência sofrível, seja na parte administrativa, marketing, recursos humanos ou por aí adiante. Sim, a liderança é caricata. Sim, os valores não existem e pagamos impostos para que o Estado seja um travão à economia.

Mas será que esta mediocridade geral não favorece esta nova elite – que se ergueu do novo-riquismo surgido nas décadas de oitenta e noventa? Será que esse pequeno grupo não tira benefícios óbvios por termos uma economia nacional fraca, tão pouco excitante e dependente dos países do norte? Será que a democratização do ensino não deixou e deixa umas dezenas de milhares de quadros médios hipnotizados com os pequenos poderes que os seus pais ou avós nunca tiveram?

A resposta a estas perguntas está na sepultura de um país que já foi grande, teve grandes homens, grandes líderes e grandes guerreiros – e hoje é uma triste sombra, povoada por um circo de pequenos anões, palhaços e aberrações. Aqui jaz Portugal.