Todos já ouvimos falar do termo woke, por isso importa refletir sobre as suas características. Uma das suas principais distinções é a enorme sensibilidade à ofensa: a premissa de que não podemos ofender ninguém, sob nenhuma circunstância. Se não é difícil conversar com uma pessoa e não a ofender, tudo muda de figura se falarmos para dez, cem ou mil: se no meio destas houver uma ou duas que se ofendem, devo por causa disso calar-me? E o principal problema não é esse, mas que qualquer assunto verdadeiramente importante e revolucionário tem a obrigação de ofender, não deixando ninguém indiferente. Desde Jesus Cristo a Leonardo Da Vinci, de Platão a Nietzsche, de Martin Luther King a Madre Tereza de Calcutá, todos estes agentes de mudança da História começaram por ofender muita gente, mas o que seria da humanidade sem eles?
O movimento woke quis desde logo apropriar-se do conceito de justiça social e da luta contra o racismo, claro que evidenciando o patriarcado como origem de todos os males, nomeadamente o homem “branco.” As politicas identitárias e a educação das massas são outras das características desta ideologia, que rapidamente contaminou a cultura, os meios de comunicação e a internet, como um vírus violento, agressivo e autocrático. Misturando causas justas universais com alucinações marxistas, aparece como um código de conduta com regras inflamadas. As pessoas e empresas que não apoiem abertamente as causas progressistas são ameaçadas com a excomunhão e a fogueira. Porque quem não é woke, só pode ser racista e preconceituoso. A agressividade e violência desta dualidade de julgamentos só terá paralelismo na História em alturas onde se tentou impor um pensamento único, desde a inquisição à ascenção do nazismo. Tal como nesses períodos, a maioria da população suporta este movimento, pois esconde-se atrás de ideias justas e que enganam facilmente. Esta introdução de novos valores é proclamada pela grande maioria dos políticos como inevitável e poucos são aqueles com coragem de os enfrentar – numa luta desigual contra o mainstream da comunicação social e da internet.
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