O recente estudo da Reuters Institute of the Study of Journalism, da Universidade de Oxford, é claro sobre o elevado grau de confiança dos portugueses na comunicação social. O que se diz nos telejornais às oito horas é o nova eucaristia dominical, ou seja, o povo continua a ser crente, mas agora é na palavra sagrada dos apresentadores das notícias, os comentadores, os editoriais e por aí fora. A falta de contraditório e o autoritarismo dos diretores de informação tem feito da imprensa proeminente uma autêntica máquina de propaganda dos sucessivos governos de António Costa. Muito diferente do Governo de Passos Coelho, onde os excessos de palavreado a instigar a população e os gritos histéricos progressistas procuravam incendiar o país. Pergunto se o Governo fosse de direita, como seriam tratados os casos de Pedrógão Grande, de Eduardo Cabrita ou dos caos da saúde? Evidentemente, a hora de jantar na televisão seria uma preparação de gilhotinas e cordas para a forca, assim como as manchetes dos jornais e a linguagem apimentada dos comentadores de serviço.
Recentemente fui candidato por certo partido a presidente da Câmara do Porto, mas excluído dos debates das maiores televisões privadas, que repetiram a ladainha que havia “sete candidatos” e excluiram quatro, entre os quais aquela candidatura que era, sem falsas modéstias, a que tinha o melhor programa para a cidade. O mesmo em relação ao resto da comunicação social mainstream, que cedo percebeu que não era do seu interesse publicar uma voz contestatária séria, coerente e com um projeto capaz. De nada serviram as minhas queixas aos órgãos competentes. Uma vergonha.
Ler o artigo completo na versão impressa de 24/06/2022 do semanário O Diabo.