Vivemos num mundo de pouca profundidade, onde muitas crenças pessoais assentam sobre pressupostos e conceitos completamente errados. Exemplo flagrante é quando se diz que o conservadorismo está ligado ao antiquado, atrasado, religioso e não aceita o que é novo. Do outro lado ficaria o liberalismo ou progressismo, que seria progresso, juventude, ciência e inovação. Mas não, é falso, na realidade sem sentido algum. E é claro que é uma retórica insistente que apanha facilmente os desprevenidos e beneficia uns quantos. O mesmo acontece com o falso conservadorismo, que vem muitas vezes mascarado de populismo e soluções mágicas, mas que na verdade só quer “conservar” a própria conta bancária.
Em primeiro lugar, o conservadorismo não é uma ideologia, mas sim a sua negação, assim como também não está relacionada com religião, pois não tem uma Bíblia ou outro livro sagrado, não tem um deus próprio e não é um sistema de dogmas. É erradamente conotado com a política, pois não está relacionado com qualquer tipo de agenda. Em vez de tudo isto, é uma ordem moral duradoura, no sentido de harmonia, tanto interior como exterior ao homem. O importante aqui são as convicções de justiça e honra, seja qual o mecanismo pilitico, contra o consumismo frenético e a superficialidade endógena.
Os conservadores preferem, sempre que possível, a mudança gradual em direção à ordem e liberdade, evitando os poderes súbitos dados a uma pessoa detentora de uma racionalidade privada e mesquinha. Portanto, valoriza a prudência que opõe o popularismo temporário dos radicais. Ainda mais, o conservadorismo nega as ordens sociais perfeitas, já que o homem é obviamente imperfeito. O conservador sabe que é fundamental a contenção do poder, não havendo espaço para que um indivíduo ou um pequeno grupo dominem as aspirações de todos os outros. Qualquer dominação utópica prometida por ideólogos levou a humanidade à ruína e temos muitos exemplos disto no século vinte.
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