O Holocausto do Tabaco

Estima-se que oito milhões de pessoas morram por ano, devido ao uso do tabaco, segundo dados da OMS. São dois milhões de pessoas mais do que um holocausto anual, só por doenças originadas pelo consumo do tabaco. É preocupante que em Portugal os jovens não sejam educados os sobre o perigo real de fumar, tanto para a própria saúde, como dos próximos. É inquietante ver tantos adolescentes a fumar, como se quisessem fazer parte de um status social retrógrado com mais de sessenta anos. Só para termos uma ideia aproximada do que estamos a falar: até hoje, morreram em todo o mundo mais de seis milhões de pessoas com covid-19 (não necessariamente devido ao vírus) – ou seja, o tabaco é mais perigoso, representa maior perda de vidas humanas, além dos custos com a saúde e economia em geral.

Se formos a uma praia em Portugal, não podemos afundar a mão na areia sem encontrar beatas de alguém que antes resolveu enterrar um pedaço do seu cigarro. Sim, porque além de termos de apanhar com o fumo da pessoa do lado, a falta de civismo inclui transformar as praias em verdadeiros cinzeiros gigantes. É no mínimo estranho não haver legislação sobre um assunto destes, quando há tantos partidos políticos que se dizem ecologistas. A União Europeia limitou-se a fazer recomendações sobre o assunto, mas parece que os interesses corporativos estão sempre um passo à frente das necessidades básicas dos cidadãos.

Somos um país com uma imensa costa litoral, que temos o dever de proteger. E neste caso específico, não basta sacudir os ombros e deitar as culpas para o vizinho: é dever de cada um manter as praias limpas e exigir a sua limpeza às autoridades locais e centrais. Mais ainda, reclamar aos novos deputados que legislem sobre a proibição de fumar na praia, tal como já se faz nos países mais desenvolvidos da Europa. A participação dos cidadãos nas decisões governativas do país, não se podem cingir a um voto de cinco em cinco anos: é fundamental reivindicar qualidade de vida, sem ser preciso implorar; é imperioso protestar por um aumento do bem-estar, sem ser necessário reaver o que nos tiram; é essencial aproximar-nos da governação, mesmo que os governantes queiram manter distância das pessoas e ostracizar o contributo dos cidadãos nas decisões.

Os parques infantis representam outro local onde este problema se coloca, mas desta vez de uma forma particularmente grave. As crianças deviam poder brincar livremente, sem preocupação com a falta de senso dos adultos. É assustador que os senhores deputados considerem normal e não proíbam fumar onde crianças pequenas se concentram à vontade. Sinal de muita incompetência ou, pior ainda, que há interesses maiores do que a vida de uma criança. Sim, porque há provas científicas do mal que o fumo faz, tanto a fumadores ativos como passivos, principalmente quem tem o sistema imunológico frágil. Os números que comecei por apresentar neste artigo deviam assustar, aterrorizar mais do que qualquer vírus: oito milhões de mortes por ano devido ao tabaco.

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