“Onde mora a liberdade, ali está a minha pátria” – Benjamin Franklin

Em outubro do ano que agora termina, fui candidato à presidência da câmara municipal do Porto. Quando disse a alguém que me ia candidatar, essa pessoa respondeu que achava muito bem porque a política precisa de pessoas com espírito livre. Claro que fiquei a pensar sobre o que é isso de ser livre. Será que somos mesmo livres ou dependentes da aceitação nas redes sociais, escravos de um ego que se quer alimentar senpre mais? Será que passamos a maior parte da vida a lutar por confortos desnecessários e submissos a uma cenoura pendurada num pau que alguém coloca à nossa frente?

Outra pergunta inevitável que fiz teve a ver com o motivo que leva as pessoas a votar neste ou naquele partido. Será por alguma razão egoista ou poque achamos que aquela pessoa vai levar a sociedade adiante? Será por clubismo partidário ou porque aquele líder nos indpira através das suas palavras, sendo que acreditamos nelas como se fossem escritas com tinta do nosso próprio sangue? Talvez a resposta seja uma desilusão: é provável que se vote por emoção ou razões mais fúteis do que pensamos; é possível que as pessoas estejam habituadas a viver em piloto automático e já não pensem, parem, reflitam e raciocinem.

Cada vez mais, os seres humanos são tijolos em muros que bos separam entre raças, condição social, estatuto profissional, habilitação literária ou ideologia. Cada vez mais, os seres humanos preferem a ilusão de uma vida confortável e domesticada, a ser lutadores sobre o avanço civilizacional; preferem ser corrompidos em palácios de betão do que incorruptíveis em palácios de liberdade e vida. A verdade é que são preferíveis os perigos da liberdade ao sossego da servidão.