Polígrafo

Um polígrafo é um detetor de mentiras. Não é relevante em Tribunal porque é impreciso e pode ser deturpado.

O Polígrafo é em Portugal “um projeto com o principal objetivo de apurar a verdade e não a mentira no espaço público” – ou seja, seria um suposto “verificador de factos” para dar a conhecer se certa informação é “verdadeira” ou “falsa”. Este projeto teve ontem como manchete uma notícia sobre se “a Comissão Europeia quis ‘abolir’ o Natal em nome da inclusão e diversidade”. Classifica redondamente como “falso”. Como subtítulo diz que em “grupos ligados ao Chega critica-se: “Portugal é país de tradições cristãs, inclusão não é sinónimo de abolição”.

O que uma análise factual diz a qualquer pessoa que saiba ler é que: nem o Chega nem o Polígrafo. Conhecemos o populismo boçal do Chega. Mas conhecemos ainda mais as inverdades do Polígrafo. Coloca um título e descreve como “verdadeiro” ou “falso” notícias que não são nem uma coisa nem outra. O estupidificante é a forma como justifica a tal verdade ou falsidade, assumindo que as pessoas são estúpidas e não têm capacidade de estabelecer um juízo ou nexo de causalidade. O Polígrafo sabe que o importante hoje é a manchete e a classificação como preto ou branco. Mas classificar desta forma é distorcer a torto e a direito. O que mete mais impressão é que na sua própria notícia, o Poligrafo se contradiz e justifica porque o seu título é um disparate e de facto se tentou abolir a palavra Natal na própria Comissao Europeia. Citando: “na foto aparece Helena Dalli, comissária europeia (de nacionalidade maltesa) com a pasta da Igualdade, a segurar um documento (…) Tratava-se de um documento interno da Comissão Europeia com diretrizes de comunição inclusiva para os respetivos funcionários. Entre as regras destacava-se a substituição do termo “Natal” por “época de festividades” – fim de citação.

Num sentido lato, é verdadeiro que a Europa quis abolir a palavra “Natal” em nome da inclusão e diversidade e substituir por “época de festividades”. Isto vem na onda da agenda progressista, que já tentou substituir outros termos cristãos por termos supostamente “neutros”. O Polígrafo vem fazer de conta que nada disto existe e justifica um texto dizendo o seu contrário. Ora bem, isto é um sinónimo de propaganda, não de jornalismo. Quanto muito, é uma opinião sobre ser verdadeiro ou falso, mas logo indagando sobre o assunto vemos que é o contrário do que se escreve na manchete e se classifica. Resumindo, neste caso: houve uma tentativa por parte de uma comissária europeia (não importa se depois foi retirada ou se não estava bem redigida) no sentido de internamente se retirar a palavra “Natal” e passar a dizer “época de festividades”. Esta é a verdade. O que o Chega ou o Polígrafo dizem depois, é irrelevante. Há situações e “verificações de factos” do Polígrafo que parecem anedóticas e surreais, este não é um caso isolado. Recomendo que todos façam a sua própria verificação de factos, indagação, leitura, investigação sobre se algo é verdade ou mentira – não deixem que nada ou ninguém vos influencie.

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