Durante os últimos anos, tive uma atividade politica muito ativa e assisti a algo muito assustador: a generalização das piores ideias e astúcias para atingir uma causa ideológica ou agenda de grupo, a pessoas que não estão presas a preceitos morais rígidos e princípios. Estão dispostos a mentir, enganar, trair e difamar para conseguir o que querem, mesmo que tenham que usar o charme, a elegância e a retórica, para ofuscar, distrair e intimidar. Sabem que há atalhos nas mentiras e truques, ilusões e persuasões.

Ter bons fins significa ter bons meios, ou nada valerá a pena e já perdemos à partida. É possível ter uma argumentação séria, razoável e gentil, face à injustiça. Responder ao mal com o bem, dar a outra face porque, caso não utilizemos os escrúpulos, anteciparemos a derrota. O caminho é só um, o da bondade, seriedade, virtuosismo e decência. A troça moderna ao “demasiado bom” e ao “puro” são desculpas de quem está demasiado comprometido com as trinta moedas de prata que recebeu, que vive numa fantasia romântica onde os fins justificam os meios ou, que é o mais comum, inverteu os conceitos do bem com o mal, para satisfazer a necessidade própria de realização.

Num mundo cada vez mais superficial, materialista e relativista, se observarmos a bondade, mansidão e compaixão de Jesus Cristo – e se tirarnos a sua dimensão divina, concluímos que levou uma vida de sofrimento sem sentido, ou seja, em vez do personagem histórico mais importante, seria o maior falhado de sempre. Mais importante do que a nossa crença religiosa, é a postura com que enfrentamos a vida e há vários caminhos, mas só um importa. Não interessa o nosso nível cultural ou educativo, o erros passados ou as virtudes presentes: amanhã encontraremos novamente uma encruzilhada. Não haverá desculpas e, mesmo que toda a gente pense ou aja de forma contrária, a estrada correta estará bem visível e é ela que temos a obrigação, como seres humanos, de escolher.