“Muitos odeiam a tirania apenas para que possam estabelecer a sua – Platão”
Portugal precisa fazer as reformas necessárias para sermos um país competitivo, para lá das vantagens comparativas do baixo salário. Porque os indicadores até podem, a espaços, indicar crescimento da riqueza. Mas será sempre à custa da crescente assimetria de rendimento. O maior problema português é essa existência de dois países: um de gente cada vez mais rica e outro de mais pobres.
É fácil vermos que há duas realidades na justiça, saúde, educação, trabalho. E quem vai mudar isto? Os políticos, que têm revelado um só propósito, egoísta e dentro de agendas próprias e jogos de interesses? Os novos partidos, por exemplo, vieram com o firme propósito de mudar a política, mas foi a política que os mudou.
Os portugueses têm de tomar as rédeas do seu destino. Exigir uma democracia participativa, uma proximidade direta da governação. Basta de passarmos cheques em branco. É preciso acabar com as falácias das ideologias antigas, morrer por livros cheios de pó. Por quanto tempo vamos continuar a viver com o ideal de “o Estado providenciará” se algo de mau acontecer, que a esquerda meteu na cabeça das pessoas? São dogmas que falharam. São eternas promessas que só interessam a meia-dúzia de burocratas elitistas que nunca trabalharam. E também o discurso da direita de “cada um por si” que a meritocracia vai fazer com que os melhores governem e cuidem e julguem, é uma mentira que também falhou vezes demais. Quem tem poder, arranja sempre forma de passar incólume aos fracassos. Faz parte da natureza humana.
Deitem ao lixo essas ideologias, com modelos errados e conclusões enviesadas. É preciso uma reforma global e séria. A democracia consolida-se com menos poder aos políticos e mais às pessoas. A economia progride com menos carga fiscal, mais formação e mais igualdade salarial.